Oi gente, tudo bem com vocês? Eu continuo inspirada pela proximidade do Dia das Mães, por isso quero propor uma reflexão sobre as dores e amores de ser mãe; sim, porque nem tudo são flores. Educar um ser humano não é simples, exige muita dedicação, uma rotina de dúvidas, incertezas, mas, principalmente, ternura e um amor indescritível. Já deu pra sentir como é ambígua a vida materna, não é mesmo?
Nascendo uma mãe
Em fevereiro de 2000 eu me preparava para o começo de um novo ciclo de amor. Daquele barrigão sairiam duas novas vidas, e a minha nunca mais seria a mesma. Isso mesmo, eu tive um casal de gêmeos, fui abençoada com um menino e uma menina, dois universos diferentes e, ao mesmo tempo, complementares.
Estava tudo pronto, o quarto, as roupinhas, mas internamente eu sentia um turbilhão de emoções controversas: medo do parto, alegria pela chegada dos bebês, tristeza pela perda da barriga, e a única certeza era que assim que os meus filhos saíssem de dentro de mim, eles seriam do mundo, e não apenas meus.
Tentava me acalmar, pedindo a Deus por saúde para cuidar dos meus filhotes, sabedoria para passar respeito e amor pelo semelhante, à natureza e pela vida. O ciclo estava se fechando, e um novo iria começar, uma fase de amor imensurável… Nascia uma mãe!
“Desmamando” uma mãe
Eu tive o privilégio de poder me dedicar integralmente a maternidade até que eles completassem 9 anos. Foi um período maravilhoso, acompanhei plenamente o desenvolvimento dos meus filhos, os primeiros passos, os primeiros tombos, descobri que beijo de mãe é um santo remédio, e a risada deles era a melhor sinfonia do mundo.
Depois, meus filhos começaram a ir para escolha, e pouco a pouco, foram ficando mais independentes, já queriam dormir na casa dos amigos, e eu deixei de ser a pessoa mais importante do mundo deles. Começava mais um ciclo, eles descobrindo um novo universo e eu voltando a trabalhar.
Lógico que foi difícil, a gente quer os filhos “embaixo das asas” o tempo todo, mas proteger demais é incapacitá-los. As crianças precisam ser estimuladas a autonomia, para que aprendam a lidar com os desafios da vida. E a gente também precisa cuidar da nossa independência, ter os nossos próprios sonhos e projetos.
Para complicar, o mundo está cheio de “especialistas”, que estão o tempo todo dando palpites de como devemos criar os nossos filhos, o que é certo ou errado, enfim, tornando a maternidade um mar de dilemas e inseguranças!
Filhos não vêm com manual de instruções
Como os bebês não vêm com manual de instruções, ficamos o tempo todo andando sobre cordas bambas. Nunca sabemos se estamos cobrando os filhos na medida certa, ou se estamos mimando muito!
No meu caso que tenho gêmeos, percebo que o mundo compara os meus filhos, o tempo todo, como se eles tivessem a obrigação de serem iguais, mas em realidade são pessoas completamente diferentes. Eu como mãe, sou a base, preciso respeitar as suas individualidades, e dar apoio para que cada um trilhe o seu caminho. Afinal, o meu papel como mãe e prepará-los o melhor possível.
“Lu, pelo amor de Deus, como preparar os filhos para o mundo?”
Essa é a pergunta do milhão né minha gente! Garanto que se você fizer uma pesquisa, vão aparecer dezenas de respostas diferentes, pois cada pessoa tem os seus valores e forma de encarar o mundo, se fomos dar ouvido a todos os palpites, enlouquecemos, e nos frustramos.
Eu tento passar para os meus filhos os valores de caráter e de um bom coração. Ensino que eles devem sempre buscar a felicidade, que os problemas serão inevitáveis, mas a forma de encará-los é uma escolha. Oriento meus filhotes a darem o melhor de si, pois somente dessa forma o universo conspira a nosso favor. Eu lhes transmito tudo o que eu acredito, nada mais, nada menos. Penso que essa é a melhor forma de prepará-los. Pode ser que você pense diferente, e está tudo bem, não existe fórmula mágica para criar a nossa prole, não é como receita de bolo.
Será que fiz um bom trabalho?
Hoje meus filhos têm 21 anos, estudam e moram em outras cidades, estão começando suas carreiras, enfim, cuidando de suas vidas. Eu sinto que fiz um bom trabalho, me orgulho de ver os adultos que eles se tornaram. Sigo com eternos dilemas maternos, acredito que essa é uma das principais dores de ser mãe, mas esse amor que não dá pra medir, faz tudo valer a pena.
Conta pra mim você tem muitos dilemas maternos, ou tem “imunidade” nesse tema?
Um feliz e abençoado Dia das Mães para você!
Beijo da Lu